quarta-feira, 29 de junho de 2011

História da arte no período bizantino


                                          
Cristo Pantocrátor: O mais famoso dos mosaicos bizantinos (século XII) da Igreja da Sagrada Sabedoria (Hagia Sofia) conservado em Estambul (antiga Constantinopla).

Contexto histórico

O primeiro ícone do Cristo teria sido enviado pelo próprio Cristo ao Rei Abgar V Uchama, príncipe de Edessa. O nome dado a tal ícone é “Achéiropoietes”, ou seja, “não feito pela mão do homem”. O Rei Abdgar V era leproso, e pediu a seu arquivista Ananias que encontrasse Cristo e pedisse a Ele que fosse até Edessa curá-lo. Cristo não podia se ausentar de onde estava, o que fez com que Ananias tentasse desenhar seu semblante provando que estivera com Ele, entretanto, essa tentativa resultou em fracasso. Então, Cristo pegou um pano e colocou sobre ele seu semblante, imprimindo nele seus traços. O Rei, ao olhar o pano, curou-se da lepra. Esse tecido que retém a Face do Cristo é chamado de “Mandylion”. O semblante “Achéiropoietes”, resultante da lenda do Mandilion de Edessa, foi a base da figura do Cristo Pantocrátor, que com uma das mãos abençoa e com a outra, segura o Evangelho. A imagem do Cristo na forma do Pantocrátor inspira-se nas figuras de Zeus-Júpiter.

Técnica utilizada: Mosaico
Descrição:
O significado de “Pantocrátor” é “criador de tudo”, mas também é traduzido por “todo-poderoso” ou, como disse são Paulo, “Aquele que é tudo e todos”. A obra possui uma figura central masculina, Cristo, que traja uma túnica amarela com um cinto azul e um manto também azul. Em uma das mãos ele segura um objeto, um livro com a capa dourada e as folhas azuis, que seria o evangélico, a outra mão está semi levantada meio aberta, que estaria abençoando, os dois dedos esticados simbolizam as duas naturezas do Cristo e um convite à união entre o humano e o divino. Já os outros três dedos unidos, convidam este mundo a participar do conhecimento da Uni-Trindade. Segundo Gharib, “ esse Pantocrátor reflete indiscutivelmente o evangelho da reconciliação: a sua mão direita erguida, para abençoar e não condenar, longe de rejeitar o homem, convida-o a elevar-se até ele” (BOUYER in GHARIB, 1997:97). . Em volta de seu rosto aparece um circulo como uma aréola, dentro dela existe aparentemente uma cruz. Ao fundo da imagem aparecem na parte superior a cor amarela e na inferior a cor branca.  Entre a figura existe uma inscrição de cada lado na cor preta. E na parte superior da imagem uma fila de flores roxas e entre elas desenhos de cor azul e abaixo disso uma listra marrom.

Observações

A intenção dos artistas bizantinos era acentuar quatro realidades nas quais Deus domina toda criação, conserva tudo no ser, abrange e contem tudo em si e penetra todas as coisas.
Para projetar a figura do Cristo na esfera do sobrenatural, os bizantinos utilizaram vários recursos estilísticos, dentre eles a idealização da figura, ou seja, feições não realistas, alongamento do corpo e frontalidade de semblantes.
Esse tipo de imagem não procura evocar sentimentos, nem transmitir impressões, mas sim expressar e traduzir realidades transcendentes; sua forma reflete a visão espiritual característica da religião da qual ela provém, ou seja, a forma e o tema devem refletir juntos uma visão espiritual. Assim, faz uma crítica ao Renascimento e ao Barroco


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